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Brigas e rompimentos de vínculos familiares, como lidar?

  • Foto do escritor: Daniel Hennemann
    Daniel Hennemann
  • 28 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de nov. de 2024


duas mãos disputando cabo de guerra, ou seja, cada uma puxando uma ponta de uma corda para o seu lado

A família é um espaço de proteção, apoio, amor, mas também é fonte cotidiana de conflitos. Cada pessoa tem seu próprio ponto de vista, e nem sempre os adultos conseguem se entender entre si em tarefas como educar seus filhos, conversar sobre política, dividir tarefas, cuidar dos parentes que necessitam, da organização financeira, etc. Dentro das famílias os conflitos sempre existirão, e fazem parte da aprendizagem do convívio, da tolerância às diferenças, do desenvolvimento de habilidades de comunicação, negociação, compartilhamento, parceria, etc. 

Recentemente questões políticas dividiram famílias a ponto de romper vínculos há anos estabelecidos. A polarização política se agravou com as redes sociais, com as bolhas criadas pelos algoritmos, e pela quantidade crescente de desinformação. Há uma dificuldade aumentada em compreender as transformações sociais, e principalmente em se dialogar sobre esses processos.

Em geral parece ter ficado mais difícil tolerar as diferenças de pensamentos, de posicionamentos, de compreensão de mundo.

Diante desse cenário, algumas situações podem acontecer, onde algum vínculo significativo se rompe, as pessoas se afastam, e não conseguem elaborar o conflito, preferindo o distanciamento, mesmo que esse traga sofrimento.

A questão que se coloca é até que ponto o conflito pode ser superado, ou um afastamento temporário se faz necessário, ou se é o caso de um afastamento definitivo.

Superar conflitos, dialogar, perdoar, pedir desculpas, seguir em frente, tolerar diferenças, todos esses processos não são fáceis, mas geram aprendizagem e maturidade. Manter os vínculos familiares ou com pessoas significativas como amigos é algo extremamente importante do ponto de vista da nossa saúde mental. 

Ainda assim, quando este é um tema de psicoterapia, observamos que um afastamento temporário pode ser benéfico, e não deve ser encarado como um desvio, como se houvesse uma forma exemplar de ser uma família ou de se ter um vínculo. Cada pessoa sabe o quanto aquele conflito pode machucar, e se é preciso se resguardar. Depois de um tempo, é possível trabalhar uma forma de reaproximação, se assim for o objetivo do processo terapêutico.

Há casos ainda onde o grau de violência faz com que o afastamento seja realmente necessário, como uma medida de proteção, por mais que possa ser difícil a separação.

Durante o processo terapêutico podemos nos perguntar se o conflito em questão é grave o suficiente para que seja melhor um afastamento, ou se é um caso onde esse pode ser trabalhado através da terapia e do diálogo entre os envolvidos, buscando uma transformação naquela relação em particular.

Aprender a lidar com os conflitos, a manter distância ou a buscar aproximações, é indicativo de maturidade e de boa saúde mental. Buscar ajuda pode ser um passo fundamental para lidar com as emoções mais dolorosas e caminhar em direção a vínculos mais amorosos e significativos, sempre respeitando seus limites e possibilidades.


 
 
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