O mundo em transformação...e eu, como me sinto?
- Daniel Hennemann
- 26 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2024

Isso que estou sentindo agora… seria tristeza? cansaço? raiva? ansiedade?
Às vezes pode ser difícil nomear nossos sentimentos. Algo nos desassossega, mas não sabemos dizer bem o que , ou o porquê.
Essa tarefa aparentemente simples, a de expressar com palavras o que sentimos, se revela na Clínica como uma tarefa por vezes complexa, porém fundamental, pois através da palavra e do encontro com um outro receptivo a ouvi-la, de certa forma conseguimos dar sentido ao que se passa dentro de nós.
Um dos fatores que trazem certo desassossego, é o fato de que estamos imersos em um contexto, uma cultura, uma sociedade, sempre movente, sempre em transformação.
As últimas décadas trouxeram mudanças tecnológicas em uma velocidade jamais imaginada, as cidades crescem, as populações, as redes sociais criam bolhas, as condições do mundo do trabalho mudam, os papéis de gênero não são mais os mesmos…enfim, e eu? nesse oceano de pessoas , mudanças, desafios, conflitos, como pode essa ilha, o eu, seguir firme, positivo, sabendo suas opiniões sobre os mais diversos assuntos, lidando com as transformações dentro da minha família, com meus amigos, relacionamentos, trabalho, etc?
Não há uma resposta única, e cada pessoa trilha seu caminho, a partir dos seus potenciais, das possibilidades e limites que tem, como qualquer ser humano, na busca de viver de acordo com seus valores, com o que acredita , mesmo que esses guias também mudem com o tempo.
No processo de psicoterapia, lidar com o que nos desassossega é um dos temas, uma das tarefas possíveis, principalmente quando esses sentimentos confusos são persistentes e duradouros, a ponto de virarem sintomas, de produzir afastamento das pessoas, inibições, inseguranças, ansiedades.
De certa forma você já está fazendo essa tarefa, cotidianamente, de forma mais ou menos consciente, e nem sempre é necessário uma ajuda profissional. Ao mesmo tempo , pedir ajuda as vezes é necessário, e pode ser um passo importante para desenvolver uma maior abertura e capacidade de trabalhar seus próprios sentimentos, um passo fundamental para uma vida mais significativa.