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O que é um vínculo terapêutico?

  • Foto do escritor: Daniel Hennemann
    Daniel Hennemann
  • 28 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de nov. de 2024


crianças brincando na água

Quando nascemos , somos bastante dependentes dos nossos cuidadores. Precisamos dos outros para sobreviver, para nos alimentar, realizar os cuidados de higiene, que compreendam se nosso choro é de cólica, por uma dor de dente, se é fome, etc. Além disso, é preciso que alguém deseje nossa existência, que crie um vínculo de acolhimento, calor, afeto, ao mesmo tempo que possa dizer um não, impedir se o bebê se coloca em risco, direcionar o que se acredita que seja bom ou ruim, certo ou errado, etc. 

Ao longo da vida muitos outros tipos de vínculos são experimentados, com irmãos, amigos, colegas de aula, professores, com grupos, etc. Os vínculos iniciais são também a fonte de onde aprendemos a confiar ou desconfiar do outro, a dar e receber afeto, a respeitar e ser respeitado, a comunicar o que precisamos comunicar, a lidar com conflitos. Essas aprendizagens são bastante complexas, e muitas vezes deixam marcas que acabam por delimitar nossa personalidade, nosso comportamento, nossa auto estima. 

As vezes esse processo pode gerar algumas crenças sobre nós mesmos, que não nos são benéficas. Sentir-se incapaz, sentir-se inseguro, sentir-se menor que os outros, sentir-se sem vontade de lidar com conflitos necessários para o amadurecimento. 

Na psicoterapia estabelecemos um vínculo terapêutico, que é um vínculo diferente dos experimentados até então. Ao criar um espaço de diálogo e expressão protegidos, sem julgamentos, vamos aos poucos criando esse laço que tem como objetivo acolher a pessoa que chega ao consultório, e , ao mesmo tempo, ampliar sua capacidade de se relacionar, consigo, com os outros, nos diferentes cenários da sua vida, quer seja em relacionamentos amorosos, familiares, de trabalho, etc. 

O vínculo se estabelece aos poucos, no tempo de cada um, de forma natural, e permite também, de certa forma, que o diálogo seja franco. O paciente pode trazer suas questões, às vezes até não tão claramente formuladas, pode ter o espaço de se perder um pouco no seu pensamento, de indagar-se a respeito de seus sofrimentos, suas motivações, seus padrões de comportamento, ou o que for que fizer sentido de ser indagado. 

Costumo dizer que entrar em um processo terapêutico é como aprender a nadar. Não há como explicar exatamente como é nadar, antes de se ter a experiência de estar dentro da água. Experimentar como nosso corpo bóia na água, como se move mais lentamente, ou como é a sensação de mergulhar. Aos poucos vamos nos ambientando nesse espaço, em local seguro, onde da pé. Aos poucos também criamos uma conexão com esse espaço, aprendemos a nos mover, com tempo para esse processo. Voltamos para casa , e retornamos ao atendimento na próxima semana, ja conhecendo melhor a si mesmo nesse novo ambiente.


 
 
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